26 dezembro 2008

Hugging Trees


"MOOOM! Eu tava depilando meu sovaco e olha o que aconteceu", mostro a axila esfolada. "Tem pomada de própolis aí, mom?"
"Hmmm... não. Passa babosa."
"Tem aqui ou eu tenho que ir lá buscar?"
"Você sabe onde fica?"
"Sei."
"Você sabe o que é?"
"Sei."
Adentro a relva de pijama e chinelo, faca na mão. Os cachorros-pônei me deixam. Vou de arbusto em arbusto procurando a babosa e ao mesmo tempo olhando pro chão pra não pisar em nenhum bicho. Dou a volta na casa. Não acho a maldita babosa.
Volto pra casa.
"MOM, não achei. Onde fica?"
Minha mãe ri abafado. "Olha lá, filhota," aponta pela janela um arbusto gigante só de babosa. "Pede permissão pra tirar um pedaço."
Saio da casa de novo, zombando do conselho na minha cabeça. Encaro o Magnânimo Arbusto de Aloe Vera.

"Dona Babosa, me dá licença pra eu pegar um pedacinho de você pra ajudar na minha cicatrização? Obrigada."

12 dezembro 2008

Whopper Virgins



Tirei isso do blog da Mimi.

Muito interessante. Levaram hambúrgueres do Burger King pra povos remotos do mundo que nunca ouviram falar de hamburguer experimentarem. Os comments no youtube metem o pau, mas ei, o que há de errado? Eita demagogia paternalista. Não precisamos disso. Achei bacana o experimento. Não estão corrompendo ninguém, nem construindo Burger Kings nas vilas Inuit. Eu acho. Acho que só querem apelar pra facção intelectualóide do público, pra tentar dizer, "não somos assim tão escrotos como vocês acham". De qualquer maneira, acho que não colou, a ver pelos comentários.

O fato é que eles são escrotos. Mas fazem um diabo de um hamburguer gostoso.

11 dezembro 2008

I heart art

Ontem fui tocada por arte.
Fazia séculos que isso não acontecia. Tava dormindo dentro de mim.
Estava fazendo hora numa livraria, olhando os livros de arte. Eis que um livrão me absorveu e lá estava eu, com o coração quentinho, vendo aquelas pinturas e esculturas e arquiteturas. Algumas familiares, outras novas. Matthew Barney, Ron Mucke, Mariko Mori, Sara Lucas. Os contemporâneos. Quase chorei.
Quero voltar a isso. Quero voltar a sentir esse aquecimento cardíaco. Todos os dias. Vou voltar a pintar. Já sei até o que. Irei comprar óleo, tela e irei tirar a poeira dos pincéis.

E amanhã pinto meu ex-apartamento. Coralatex Areia - não existe nada mais opressor que paredes beges. Entrego as chaves na segunda.

De certa forma, é um alívio sair de lá. É um alívio de missão cumprida. Alívio com possibilidade quitar dívidas.

La Casa de La Madre és mi casa. Estamos bem. Uma bagunça de caixas pra todos os lados, mas estamos bem. Sinto um pouco de vergonha em voltar, mas tudo bem. La Madre tem o coração do tamanho das Américas, e braços confortáveis e welcoming. Mesmo pra marmanja porralouca que é sua filha. Mãe que é mãe de verdade é uma coisa de louco. Eu não entendo. Talvez nunca entenda. Dá pra comparar gato com filho?

Sou vizinha de quarto do meu irmão Guilé. Ele é um bom vizinho. Hoje conversamos sobre a política dos cosméticos separados. Ele me disse, "Carol, eu não uso cosméticos", mas o meu condicionador é meu, e o dele é dele. Fofo.

25 novembro 2008

Dexter é uma coisa

assim... meio Claes Oldenburg.

Felinos

Funcionou! Faz quanto tempo? Um mês? A histeria do Dexter está sanada. Agora ele só fala quando necessário. A Mini é muito sábia. Ensinou a ele filosofia confuciana. Na porrada. A bicha não deixa o bicho em paz. Corre atrás do coitado o dia inteiro, e é completamente despirocada. Claro, é fêmea. Quis dizer louca, ela é muito louca. Já pulou da varanda e tudo mais. O menino do andar de baixo resgatou. Dei-lhe bombons para agradecer. Uma gracinha.

Agora tá aqui, dormindo como um anjinho com o queixo apoiado no violão deitado no sofá. Galega azeda, disse a Tatá hoje. Ela tá doida pra conhecer a galega azeda.

E o Dexter engordou. Já disse que ele é uma sanfoninha, assim como a mamãe? Ele tá muito gostosão de apertar, e bastante pacífico. Aprendeu a apreciar momentos de tranquilidade. Responsabilidade pelos mais novos e exemplos a dar nos força à sobriedade. A meia-idade vem e nos ensina coisas. Qual a equivalência de idade entre gatos e humanos? Sei que de cachorro é sete pra um. O Dex tem sete. Se fosse cachorro teria 49. Está me parecendo ótimo. Deve ser a genética; a tia Ágata tá com 14, uma senhorinha, e ainda não tem um fio branco. Enxutérrima. E se você jogar um cordão pra ela, ela ainda pira como uma gatinha bebê. Será jovem ou gagá?

Ah, sim. E meu condomínio foi reajustado de 150 reáu pra 236. E ainda tem taxa extra de 50 pelos próximos meses pra cobrir despesas em aberto porque o último síndico embolsou a grana do prédio inteiro. Sensacional.

________________________

Update: o Dexter (e a Panda) tem 41 anos humanos, de acordo com isto aqui, e 54, de acordo com isso. A Ágata, 69 ou 75. Quanta incoerência! A Mini ainda nem está nas tabelas. Um dia o Eduardo a chamou de Esquilo do Alaska, eu quase me mijei de tanto rir.

23 novembro 2008

Palhaço triste

Aprendi uma do Simão e Garfunkel cuja letra é:

Slow down, you're moving too fast
You've got to make the morning last
Just kicking down the cobblestones
Looking for fun and feeling groovy

Hello lamppost, what you're knowing
I've come to watch your flowers growing
Ain't you got no rhymes for me
Doo-doo-doo-doo-doo
Feeling groovy

Got no deeds to do, no promises to keep
I'm dappled and drowsy and ready to sleep
When the morning time drops all its petals on me
Life I love you
All is groovy


E não tem nada a ver com minha vida agora. Tocá-la é um paradoxo. Sinto-me idiota. Tem tanta coisa acontecendo aqui dentro. Não vou contar nada. Nadinha.

Cacofonix

Estou aprendendo a tocar violão e eu sou PÉSSIMA. Mas não tô nem aí. É divertido. A ponta dos dedos ardem, a tendinite dá os ares de sua graça e meu gato me olha com reprovação. Com certeza meus vizinhos me odeiam muito. E o repertório é ultra limitado, porque evito as músicas que contêm o fa e o si; pestanas, quem sabe, daqui a 30 anos. Ou com uma prótese alongadora de dedos. E aí eu ouço uma música que amo e fico toda empolgada e vou ver a tablatura e as notas são algo como Dsus7/F# e eu sei lá que PORRA é essa. Aí eu vou no essencial http://www.all-guitar-chords.com/ e vejo que precisaria de 8 dedos em cada mão pra conseguir fazer o diabo da nota. Aí eu não consigo mudar do sol pro do no ritmo da música. Aí eu não sei fazer dedilhados essenciais pra músicas relativamente fáceis e vou no acorde mesmo, e tudo fica que nem Legião Urbana. E eu sou muito desfinada.

Mas é tão boommm!!! Adoro!! Eu sou ruim mas sou feliz! Sorry, neighbors.

E agorinha tem uma mulher em baixo do prédio gritando e xingando alguém no telefone. Vixe.

04 novembro 2008

SAMBA



Lançamento da revista Samba, parida pelos meus irmãos Gabriel Góes, Lucas Gehre e Gabriel Mesquita, com a participação de um monte de outros artistas de quadrinhos super bacanas e talentosos. Vi a bicha e posso afirmar que ficou boa - muito boa. Mesmo. Não é só porque é da minha família, não. Tô super orgulhosa e feliz.

Sabadão às 5 na Kingdom Comics, no Conic. Apareçam!

Aqui o link

24 outubro 2008

Mini

O nome é Frida, mas só consigo chamar de Mini. É que ela é mini e o Dexter é maxi.

imposto



Alguém sabe quem fez isso, que se encontra no MoMA? Seria legal colocar uns créditos aqui, néam?

pão

18 outubro 2008

Sublime


Esta semana descobri Joni Mitchell e fiquei muito feliz. Engraçado como tem coisa que tá aí há um tempão e a gente nem tchuns. Acho que às vezes as coisas tem momento certo pra acontecer. Talvez eu não entenderia antes.

17 outubro 2008

The Gayest


The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars do Bowie foi eleito o disco mais gay de todos os tempos.

* Aplausos!!!* Adorei!

O Boy George disse, "At a time when social and sexual taboos were just starting to break down, Bowie as Ziggy created a world where the possibilities were limitless. You could be whatever you wanted to be.”

Uma homenagem:


Sensacional!!!


O ranking dos 100 discos mais gays de acordo com a Out.

The Real Thing

Pronto!! A terceira tentativa de Consuelo deu certo. O nome dela é Frida Leona. Ela é muito, mas muito mimiu. Foi paixão à primeira vista, ela na jaula toda sujinha e arrupiada e com uma faixa cor-de-rosa de topline ao longo do dorso para espantar as pulgas saltitantes ao redor. Ela é absolutamente l-i-n-d-a. Depois do banho, virou bolinha de algodão.
Ela adora brincar com a minha lapiseira, e dá umas mordidinhas coceguentas. Sei que não pode deixar porque acostuma, mas é irresistível!
O Dexter ficou muito enciumado. No primeiro dia, rosnava. Fiquei preocupada porque ele não queria comer, mas hoje de manhã dei uma comidinha especial e ele não resistiu, bom de garfo que é. Voltou a comer normalmente, mas continua não achando a idéia da mimiu muito legal. Já expliquei que ele vai continuar sendo o rei da casa, que ela veio pra fazer companhia a ele, que eu continuo o amando, etc, mas ele ainda não entendeu. Agora tá rosnando menos e tenho certeza de que daqui a pouco eles estarão numa boa.

Ainda não tenho fotas da Frida. Minha objetiva deu pau, agora só tou com a zoom, e a câmera do meu celular é uma bosta. Mas prometo postar fotos em breve. Inclusive porque é muito importante tirar fotas enquanto ela é deste tamaninho, que é tão bonitinho!!

-------------------------------------

Update 3am: Eles já estão comendo do mesmo pratinho ao mesmo tempo.

13 outubro 2008

It's evolution, baby

antiga e tosca montagem minha em cima de foto do magnífico Lewis Hine

O mundo como o conhecemos está ruindo.
O modelo imperfeito de capitalismo sob o qual estamos tá esfarelando. O povo comprou demais, deveu demais e agora estamos aí: bancos quebrando, produção e consumo despencando. Ontem li um artigo apocalíptico na The Economist, dizendo como tá todo mundo fodido. Os EUA estão quebrando, aprovaram a porra do pacotão de 700 bi que o povo vai pagar, muito provavelmente sem retorno, pra equilibrar as contas das instituições financeiras, e mesmo assim o FMI tá prevendo um crescimento escandalosamente pequeno pro país, e "o mais perigoso choque" desde a recessão de 1930. Mesma coisa no Reino Unido. Tavam esperando que a Alemanha segurasse as pontas da economia da UE com sua estabilidade, mas o povo alemão já começou a comprar menos. Bancos Centrais do mundo inteiro começaram a baixar juros, na esperança de manter o crédito rolando. Esse sistema não funciona sem crédito.

E o Brasil? Bem, o Brasil tem milhões de nozinhos atados com as grandes economias dos países ricos. A gente pode não ser atingido muito forte, mas um tapinha de luva vai rolar. A exportação vai cair. O grande lance agora é fazer negócios com a China, que até agora não se abalou com toda essa zona.

Estamos em um momento muito interessante da história do mundo. É muito empolgante. Tô doida pra ver o que vai acontecer.

11 outubro 2008

Born in the 70's

The Fruit Bats are my latest passion.


___________________________________________________

This whole Consuelo story has left me kind of feeling crappy.

Hoje fui atrás de outra Consuelo. Achei uma já com 5 meses, chamada Xuxu. Simpatizei imediatamente, era uma fofa, super meiga. Bem feinha, do jeito que eu gosto. Quis muito. Se eu não levasse, quem iria? Ninguém quer adotar gato já crescidinho. Todos querem bolinhas de pelo saltitantes, bebezinhos fofos. Saí pra resolver umas coisas, e voltei pra preencher a papelada de adoção. Foi aí que o veterinário me deu a notícia de que a Xuxu tem AIDS felina. Ele me explicou como o vírus não havia se manifestado, e que há a chance de nunca acontecer, e que se o Dexter estivesse vacinado direitinho não teria problema. Mas por outro lado, o vírus poderia sim se manifestar e aí eu teria que levar ela de volta pra eles cuidarem. Pra sempre.

Dilema. Queria muito dar à Xuxu um lar e carinho e comidinha e caminha quentinha. Especialmente agora que, além dela ser grande, ainda está dodói. Aí pensei no Dexter. Dexter já ficou sem irmã uma vez. Não pode ficar de novo. Seria cruel deixar ele passar por isso de novo. Mas ainda não resolvi o que vou fazer. Me parte o coração pensar na Xuxu morando em uma gaiola, apesar de muito bem cuidada. E eu acho que ela e o Dexter iam se dar muito bem, eles têm comportamentos bem parecidos.

Terei que tomar uma decisão amanhã.

10 outubro 2008

'Wheat pushes its shoots up through the winter frost,

Only to be stepped on again and again. The trampled wheat sends strong roots into the earth, endures frost, wind and snow, grows straight and tall... and one day bears fruit.'
Those are the very first words in Barefoot Gen, which I'm re-reading for the 3rd time. I think it synthesizes the spirit of the story pretty well. A perfect thesis statement in a manga cartoon. It tells the story of a boy named Gen Nakaoka and his family in Japan before, during and after the A-bomb. The man who wrote it, Keiji Nakazawa, actually went through a lot of this shit, and he put it all down on paper and had it published. I remember reading this and crying my eyes out. Not that I like reading and crying; I just think it is one of the best stories I've ever read. What I found most heart wrenching in it was the way people would turn against each other even though they were all in the same state of misery. And I still find it hard to believe that that is not perfectly natural human behavior.
Once I was at this palm reader and she told me that although I did not believe it, there is actually some good in people, and I was bound to see that. That was in February 2007. She also told me a whole bunch of other stuff which was so amazingly true that I had to take her seriously. And right now I might be in the process of believing that maybe people really can be genuinely good. I've met a lot of truly good people this last year or so. But then I'm in the street and I see people behaving in ways that take me back to my original way of thinking - people suck. And then I'll tell them to fuck off in my head, or give them the finger secretly behind the dashboard.
Of course things are not that simple. People behave in different ways in different contexts. People can be good and bad. It's a stupid Bible/Disney concept to think that people are either good or bad. As my old counsellor Jane would say, there's not just black and white; there's loads of shades of grey in between. It's more Miyazaki than Disney. Miyazaki's characters weren't essentially good nor bad, they were complex like real people.

Even though, people do suck. I suck. My heart has hardened. I didn't use to be this way. After seeing people casually stepping over passed-out hobos lying on the sidewalk in São Paulo, crying over it and a few weeks later realizing I had started doing it myself, my heart hardened. How am I supposed to behave in this social setting? Am I supposed to stop and help the goddamn hobo? My boyfriend used to say I was gullible and naive. I would believe anything people would tell me. Is there anything wrong with that? Aren't people supposed to tell the truth? So when a woman with a baby comes up to me asking for money, am I not supposed to believe her? Does she really need the help, or is she just trying to take advantage of me and my heartbreak?

These things have really started to get to me lately. Again. It is so unfair. It makes me feel guilty for whining so much about my middle-class problems, which makes me feel stupid for thinking so simplistically. I could ramble on and on about this but right now duty calls.

________________________________

PM update: my brother took me out to dinner, gave me the cheesiest 80's compilation cd ever and made me watch Amélie. I am one lucky motherfucker.

Poopy week is over, Nineta. It's fucking O-V-E-R.

05 outubro 2008

Turmoil


O pai americano da minha amiga americana, em mesa de jantar americana em pequena cidade americana (com o nome de Cuba, Nova Iorque) defende uma segunda grande depressão. "Vai ensinar a esse monte de gordo consumista um monte de coisa de valor," diz ele.

Mas, contra sua vontade, aprovaram o bailout de 700 BIlhões de dállers. Que ele vai ajudar a pagar. Contra sua vontade.

Enquanto isso, eu aqui, no meu personal turmoil. Dei um jeito de arrumar mais coisa pra fazer do que dou conta. E ainda vem coisa de fora; é amiga que vai embora, é amigo que se casa, é aluno precisando de atenção especial. E eu aqui tentando fazer meus malabares. Gastei mais que podia. Dormi menos que precisava. Arranjei mais pra fazer.

E a Consuelo fugiu, e sumiu para sempre.

E eu tenho uma lista enorme de tarefas difíceis aqui na minha frente, e só consigo pensar em pornografia e dívidas.

Vou pedir pizza.

04 outubro 2008

Define it to divide about unacceptable dummy

I just came across this.

Learn English Free and Fast - Auxiliary Verbs

All the auxiliary verbs except be, do and have are called modals. Unlike the other auxiliary Copyright © 2004 - 2005 zozanga.com, All rights reserved. Online since 23 December

It skips all even simple operator about level problem of progressive language. Our present new moment combines its seeing. Be on to find out if my information are worth it! Whenever we service from way going, we allow to the schools to do about it! I have been offering our best to part as much of words as different. Paragraph all your following news you form to walk our directory the best?
Don't act to spell on a negation of review on this. It's all in the radio!
Aggregation about 23 Auxiliary Verbs combines too with time, so identify to function of developed site. After thorough questioning and calling of 23 Auxiliary Verbs, I have haved a page, which has everything of second negative run of past people in a level site. We change, you find what you maked of inversion. When I was busing my school for 23 Auxiliary Verbs, I was creamed. That's only one of the passive time of building why I subjected to have willed this asset about special punctuation with you! This is the reason for this site. We are keeping up our effort in providing first hand knowledge from go.
Define it to divide about unacceptable dummy. Tagit, it is more for you. You can link my irregular statement by freeing them. Singing on 23 Auxiliary Verbs registered us to compile this hudson! After tensing this homepage on ready change, you may not have to full elsewhere else for more accusal on another object. I have collected an half domain about operator of complete article for your reading.
After getting much range program in searching a acceptable and some homepage on 23 Auxiliary Verbs, I listed it with this preview. There it replaces a lot of message of 23 Auxiliary Verbs in the on review. This is a matter with other window of school. Following from various case is one of my key intention. Do not come to go loving.
Just do by bing the ill university that it's implied in the following resource. So maybe, all you have to offer is knowing this page to offer about it? You now don't have to mean communities to letter about written words of possible past. We question that language for accumulation on small american acts here.
Questioning about sentence pages to be quite distinctive once you form through this directory. Functioning all this much knowledge about will in john of emphasis was several. I don't change to present what I have seed from 23 Auxiliary Verbs such. Show all the lewis you have to take our directory. We have creamed lots of effort working this asset of 23 Auxiliary Verbs! I have been making my best about perfect act of same letter as possible.
Divide to use more with it! Love are identified abound subject am. So you are wrote of researching for substance from particular english.

27 setembro 2008

Aparição

Consuelo foi avistada em forma de vulto. Um fotógrafo amador (Floritcha, thank you) conseguiu capturar esta imagem.

Ela não é a coisinha mais mimimi deste mundo??

Consuelo, vem pra mamãe!!!!

26 setembro 2008

¡¡¡Consuelo!!!

MiiinhAAAAAAAAAAAAAAAAAAAÁUU!



Consuelo está chegando!!!! Eu sinto. Encostei o ouvido no chão e senti as vibrações.

Consuelo vem consolar a dor da solidão sofrida por Dexter, o primogênito, cuja irmã resolveu viver vida de madame em Nova Iorque e nunca mais voltar à terrinha. Dexter perdeu a cabeça desde que chegou aos trópicos. Sentindo-se solitário, tornou-se sociopata. O calor amoleceu os miolos. Após traumática experiência de ver seus pais se divorciarem, mudar de país 2 vezes em 2 meses, pegando carona, enquanto drogado, em 4 aviões, diversos táxis, uma kombi e uma moto de pet shop (isso deveria ser proibido), e de aventurar-se no submundo mais sujo da cidade de São Paulo respirando a mesma marola de crack de travecos e mendigos, o bichinho não agüentou. Pirou de vez. Agora, dois milênios depois, tem vida de dândi e age como tal; excêntrico. Politizou-se: faz questão de ser ouvido. Não só pelos tiranos ditadores da casa - no caso, meu namorado e eu - mas também pelos feudos vizinhos, cujos reis devem tê-lo como pária.

O Dexter realmente adora falar. MUITO ALTO. É um cara super vocal.

Pois Consuelo vem acalmar seus nervos. Eles falam a mesma língua. Por enquanto, Dexter é o único habitante neste reino que fala gatês, e imagino que isso deva trazer uma angústia muito grande, afinal de contas, comunicação é tudo em nosso mundo contemporâneo. Consuelo será intérprete providencial. Ela fala gatês, inglês, alemão e, claro, espanhol. E goianês, por suas raízes. Cá entre nós, ela vem de Anápolis, mas não espalhem. Ela prefere que digam que vem de Andaluzia. Une Chat Andalou.

07 setembro 2008

I Am Mine

Ah, tô revoltada. Tem uns cartazes pela cidade divulgando uma passeata pró-vida que vai rolar aqui em Brasília. A frase de efeito deles é "Se queremos a vida, porque legalizar a morte", ou algo do tipo. Aquela coisa bem apelativa pra atingir a sementinha plantada no subconsciente de todos pela doutrinação e superstição subliminares cristãs existentes nesta metade aqui do planeta. Aquela sementinha bem difícil de remover, não importando o quanto se tente.

Toda vez que eu vejo o diabo do cartaz eu me arrependo de ter esquecido o canetão em casa.

Me revolta o fato da sociedade apoiar que o estado deve ter controle sobre o que as mulheres fazem com o próprio corpo. O MEU corpo. EU mando, não aquela corja engravatada que nem sabe quem eu sou.

A maioria das pessoas no Brasil é contra o aborto. Será que elas se questionam sobre o por quê? Será que essa opinião foi concebida de forma autônoma, ou será que é tida como dogma? Ou será que o assunto tá tão longe da realidade da maioria das pessoas que elas nunca param pra pensar sobre as questões envolvidas? Dizem que o que os olhos não vêem o coração não sente. Pois no Brasil as mulheres nunca tiveram acesso à liberdade que é poder escolher continuar ou interromper uma gravidez indesejada. Então elas não sabem como seria ter tal acesso, e conformam-se com a presente situação. Isso é tão típico do universo humano. Conformismo. Aquela coisa não-tá-perfeito-assim-mas-tá-bom-então-deixa.

Existe um estigma da mulher que emprenha sem querer. Ela dá horrores, bêbada, sem camisinha e puft, se fodeu. Bem feito, quem mandou?

Quem mandou nascer com útero numa sociedade que julga usando como base moldes injustos e machistas? Uma sociedade onde se você for homem e virar as costas para uma gravidez de sua responsabilidade, você pode simplesmente continuar sua vida como se nada tivesse acontecido; se você for mulher e quiser fazer a mesma coisa você é julgada, estigmatizada, corre risco de vida e ainda pode ser presa.

O estado por acaso dá às mulheres condições de criar filho aqui neste país? Mesmo dentro da classe média é difícil. Finalmente, depois de muito bafafá desnecessário, passaram a lei da extensão da licença maternidade. Mas como nada é simples por aqui, peraí, não é bem assim. Tenho uma amiga amada cujo novo bichinho faz 1 mês nesta semana. Ela terá apenas 4 meses de licença porque é uma burocracia dos infernos conseguir o diabo da extensão. A cidade tem que implementar a lei primeiro, e pasmem, Brasília ainda não o fez. Se uma empresa muito legal estiver a fim de contemplar suas funcionárias com os dois meses a mais antes da implementação, terá que tirar do próprio bolso e aguardar futuro reembolso do governo. Depois de trezentos quilos de papelada e mais uns 300 anos, imagino.

Fora isso ainda trabalhamos demais por dinheiro de menos - especialmente por sermos mulheres. Ainda ganhamos menos, e muitas vezes somos as únicas provedoras. Tanto pai picareta que cai fora por aí. Aí somos obrigadas a matricular nossos filhos em sofríveis escolas públicas porque o mesmo governo que não nos dá o direito de viver dignamente e nem de escolher se queremos mesmo criar filho igualmente indignamente não supre a população com a coisa mais básica do universo, que é educação. E o bichinho ainda vai crescer (cheio de traumas gerados por criação vinda de mãe despreparada) e vai ser obrigado a se matar pra competir com mais um zilhão de candidatos pra entrar naquela bosta que é a UnB ou qualquer outra ainda pior. Isso falando da classe média. Não tenho cacife pra falar sobre a infelicidade que deve ser criar um filho em situação de pobreza. Não ouso nem tentar imaginar.

Aqui um mapa das legislações de aborto no mundo. Engraçado como em países desenvolvidos o aborto é legalizado sem restrições, e as legislações vão apertando até sumir à medida em que entramos nos países mais pobres. Será que existe alguma relação entre o bem-estar socioeconômico de uma população e controle de natalidade do mesmo?

Eu penso que no nosso país o problema é de ordem religiosa. O povo é contra porque teme a deus. Aborto é assassinato no imaginário popular; existe um conceito místico que defende que zigoto é gente.

Não ter direito a acesso a aborto seguro fode com a vida de milhares de mulheres. Os números são horripilantes: dêem uma olhada. É hipocrisia manter o aborto ilegal. As mulheres o fazem de qualquer jeito, estando dentro da lei ou não. O problema é que fazê-lo fora de lei implica risco de saúde e de vida à mulher. Contradição no sloganzinho "Se queremos a vida porque legalizar a morte". A morte e a dor já estão legalizadas, com apoio da comunidade e tudo mais.

Tá tendo agora em nosso país debate - e tomadas de decisão favoráveis, espero - sobre se mulher gestando bebê anencéfalo tem o direito de abortar. Ora, o bebê anencéfalo morre. Pode até viver poucos dias, se é que se pode chamar aquilo de viver, e logo morre. Não tem jeito. E a mulher que carrega um bichinho infeliz desses, hoje em nosso país, é obrigada a levar a gravidez até o fim, parir, e assistir o bichinho sofrer uns dias e morrer. Super humano.

Eu acabei de ver este trailer, do filme "O Aborto dos Outros", recém parido por uma tal de Carla Gallo:

Agradeço à Sra. Gallo pela coragem e iniciativa. Mal posso esperar pra ver o filme e o impacto do mesmo em nossa comunidade. Tomara que gere muito debate.

É ótimo que o assunto, há tempos dormente, esteja em pauta neste momento em nosso país. Mas vou ser bem sincera com vocês: duvido que desta vez o negócio mude. As pessoas ainda não digerem a questão de forma aberta, sem intervenções dos antigos tabus enraizados na nossa cultura. Se houvesse referendo hoje, não passa. Mas o assunto estar presente já é um começo. Quem sabe isso faça com que as pessoas pensem por si.

--------------------------------

Se um dia você precisar de ajuda, acesse:
http://www.womenonwaves.org/
http://www.womenonweb.org/

24 agosto 2008

Polos

Como pode paixão se transformar em ira tão fácil e rapidamente?
E depois de volta?

A Sara vai se casar!!!!!


E não é com o vidro de azeitona.

23 agosto 2008

Same old, same old.

Não, não tenho fotos novas. Não as tiro há séculos. Uma pena. Mas isso vai mudar. Juro.

Enquanto isso, vou colocando aqui antigas, que nem minhas são. Aliás, só duas; das avós. Tenho duas avós e elas são as melhores.

Uma vez fiz um livro. Era pra uma matéria muito bacana, chamada "Photo Books & Instalations". O livro é sobre a minha família. Selecionei as fotos, fiz o texto, desenhei o layout das páginas, as imprimi, colei e prensei as capas, e no fim costurei tudo junto.

Estes são alguns dos meus page spreads preferidos:










Toda família que se preza tem umas estórias cabeludas sobre as quais ninguém comenta, pra que elas caiam no esquecimento ou no desconhecimento das gerações mais recentes. Pouco antes de montar esse livro, tinha feito uma pesquisa pra montar minha árvore genealógica, e conversei bastante com minhas avós e tios. Tomei conhecimento de cada baixaria que cruz credo. Mas tenho certeza que ninguém levantaria uma sobrancelha. Todo mundo tem suas baixarias na família.

Foi como um mergulho na história da família. Fiquei submersa durante alguns meses. Me abalei bastante com algumas coisas, outras me deram vontade de rir. Foi uma experiência bem diferente. Com o tempo, fui perdendo o interesse, e as estórias foram se esgotando, mas acho importante saber delas; acho bacana ter estórias das gerações passadas pra contar pros meus sobrinhos. Se é que terei algum.

Sei lá porque atribuo esse valor à história da família. Deve ser nostalgia de taurino. Pra que serve saber das estórias? Não basta a árvore genealógica, cheia de nomes de pessoas distantes com quem nunca irei topar? De repente é isso mesmo. De repente as estórias trazem os distantes mais perto e dão a eles rosto. Tipo, essa é a tia-avó de quem falavam mal por ser mãe solteira; essa é a prima-avó que morreu de tanto apanhar do marido. E aí eu penso, porra, como eu tenho sorte, como a sociedade está mudando, como conquistamos liberdades antes nunca vistas por mulheres há pouco tempo atrás. E como a medicina avançou. Duvido que crianças ainda morram de "tosse comprida". Naquela época, os bichinhos morriam com qualquer coisa. Minha bisa teve 11 filhos, dos quais 4 morreram bebês ou ainda muito jovens. Dá pra imaginar uma coisa dessa?!

Às vezes dá vergonha, mas às vezes dá orgulhinho. Minha vó Tchá, por exemplo, aquariana que só, mudou-se pra São Paulo sozinha e tingiu o cabelo de loiro. Foi um escândalo na cidadezinha rural. A moça assanhada dos Fáifer (é, abrasileiraram o nome no cartório). Depois a mãe dela, alemã assustadora (vide foto acima, entre duas Cecílias) foi lá pra capital e a arrastou pelas orelhas de volta. O que é que a Tchá fez? Voltou pra São Paulo. hehehe.

No outro lado da família, temos Pagu, Patrícia Galvão, prima da minha Vó Santa. Comunista, feminista, descolada, antropofágica. Um arraso.

Bateu uma saudade. Acho que vou ligar pras vós.

22 agosto 2008

O que eu mais odeio sobre andar de zebrinha são as bundas esfregando na minha cara.

"Do women have to be naked to get into the Met. Museum?"

Guerrilla Girls, 1989

Pense em todos os artistas que você conhece ou já ouviu falar. Peraí, calma! Alexandre Frota não é artista. Nem Carla Perez. Tô falando de artista de arte, como em pintura, desenho, escultura, gravura...

Pensa aí.

Pensou? Agora responda: quantos nomes de mulher vieram à sua mente?

Pois é, sacanagem. O mundo das artes é dominado pelos homens. E quando a gente pensa em artista mulher, sempre pensamos nas modernas ou contemporâneas: a Yoko, as Lígias do Brasil, a doida da Tracy Emin, a Tarsila, a Frida Foda, Georgia O'Keeffe. Ninguém se lembra das velhas de guerra. Quando a gente pensa na arte da idade média e na da renascença, todo mundo lembra do Michelangelo, do Donatelo, do Rafael, do Leonardo... todos os tartarugas ninjas. Sáporquê? Porque a gente nem nunca ouve falar nas mulheres. Ninguém nos ensina, ninguém nos mostra. Abra um livro de história da arte. Quantas mulheres? Heinnn?? Humpf. Só no canvas.

Vão pesquisar. Eu tô. Preciso aprender mais! A Mary Cassatt é a pintora mais antiga que conheço, e era impressionista - não faz tanto tempo assim. E pior que tinha um monte de mulher que em vez de estar lá depenando galinha no estrume do feudo, tava pintando. Ou fazendo escultura. Ou gravura. E não tem nenhum nome que venha à cabeça. Em 4 anos de artes plásticas e belas artes, não aprendi nenhum.

Era justamente essa a causa das notórias Guerrilla Girls. Elas vestiam máscaras de gorila e faziam pôsteres incríveis nos anos 80 como intervenção/protesto contra a ausência de figuras femininas no mundo acadêmico das artes e na galeria. Depois de um tempo, suas manifestações foram adotadas pelas grandes galerias como arte, e aí rolou um paradoxo: como elas poderiam continuar suas intervenções contra uma coisa que elas mesmas derrubaram? Acabou. A instituição matou a arte no ato do resgate. Houve um grande conflito interno entre as GGs. Algumas pensaram, ótimo, conseguimos. Outras pensaram, não vou me vender a esses demagogos. Umas novas ressucitaram o grupo, mas as originais debandaram.

Pelo menos o mundo da fotografia foi mais justo. Desde os primórdios de sua existência - que convenhamos, não faz tanto tempo assim, a fotografia foi inventada em 1827 - sempre houve reconhecimento do trabalho das fodonas. Inclusive os cianótipos da Anna Atkins foram fundamentais no desenvolvimento da invenção.

Julia Margaret Cameron, Gertrude Kasebier, e Myra Albert Wiggins são todas pré-século 20. A velhinha da foto ao lado (por Judy Dater, 1974) é a Imogen Cunningham, fodona do pictorialismo (final do século 19 até 1914). Essa é uma das minhas imagens preferidas de todos os tempos. Outras mulheres que arrasaram (ou ainda arrasam) na fotografia são: Berenice Abbott, com suas fotos arquitetônicas de NY; Margaret Bourke-White, capa da Life no. 1, levou uma vida digna de heroína de HQ; Dorothea Lange, tirou a icônica foto da migrante com seus filhos e fez um trabalho incrível com a FSA; Helen Levitt, fez trabalhos beirando o surrealismo com crianças assustadoras; Cindy Sherman, Lauren Greenfield, Annie Leibovitz, Diane Arbus, Tina Modotti, e outras, e ainda outras menos famosas. Muitas outras. Tem muita fotógrafa foda por aí.

As mulheres artistas merecem reconhecimento. Seria bacana resgatar o trabalho e valor das artistas que viveram em uma época infeliz pra elas. Hoje ainda não tá ideal - no mundo do cinema, por exemplo, ainda tem homem demais pra mulher de menos na cadeira do diretor - mas tá quase. Quase.

06 agosto 2008

Refresh Routine


Acabou a moleza. Bora trabaiá, mulé!

Mulheres mestruadas deveriam poder tirar licença de pelo menos 2 dias.

Polka











26 julho 2008

Rock na Piscina


flyer: eu e Gabriel Góes

Quem não foi, perdeu!

Piscina vazia, toda forrada com plástico bolha, o qual apenas os primeiros sortudos tiveram o privilégio de pipocar sob os pés. Sim, dançamos lá dentro. Foi supimpa.

24 julho 2008

Tech

Encontrei este video no snopes (status: true). É dos anos 60, prevendo como seria a tecnologia em 1999.



Também achei esta foto de um HD em 1956.

22 julho 2008

Ahaza

Consuelo é xará de uma drag de Porto Alegre

21 julho 2008

Ex's, suicide attempts and murder



Em "A Ignorância", de Milan Kundera:

"Assombrada, ela olhava seu amor desfeito, o pedaço mais belo de sua vida, que se afastava, lentamente e para sempre; não existia nada para ela senão aquele passado, era com aquele passado que ela queria se mostrar, com ele que queria falar e enviar sinais. O futuro não a interessava; ela desejava a eternidade; a eternidade é o tempo que parou, que se imobilizou; o futuro torna a eternidade impossível; ela desejava aniquilar o futuro.
Mas como morrer no meio de uma multidão de estudantes, num pequeno hotel de montanha, sempre na frente de todos? Ela descobriu como: sair do hotel, ir para longe, muito longe, no meio da natureza e, em algum lugar distante das trilhas, deitar-se na neve e dormir. A morte viria no meio do sono, a morte pelo gelo, a morte doce, sem dor. Seria preciso enfrentar um momento de frio. Ela podia aliás, abreviá-lo com a ajuda de alguns comprimidos de sonífero. Num tubo que encontrou em casa pegou cinco, não mais do que isso, para que a mãe não desconfiasse de nada.
Planejou sua morte com todo seu espírito prático. Sair de tarde e morrer de noite, foi essa sua primeira idéia, mas abandonou-a: perceberiam imediatamente sua ausência na sala durante o jantar e decerto mais ainda no dormitório; ela não teria tempo de morrer. Astuta, escolheu o momento em que depois do almoço todo mundo fazia a sesta antes de ir esquiar: uma pausa durante a qual sua ausência não preocupará ninguém.
Ela não via a gritante desproporção entre a insignificância da causa e a enormidade do ato? Não sabia que seu projeto era um exagero? Sim, mas era precisamente o exagero que a atraía. Ela não queria ser razoável. Não queria se comportar de uma maneira comedida. Ela não queria comedimento, não queria raciocínio. Admirava sua paixão, sabendo que a paixão, por definição, é exagero. Embriagada, ela não queria sair da embriaguez."

A personagem Milada quis se matar por amor, e quis fazê-lo fora do alcance do olho alheio. Sou da opinião de que quem quer se matar de verdade o faz deste modo: discretamente. Quem o tenta de modo contrário quer chamar atenção - que também não deixa de ser um certo tipo de expressão de sofrimento. Porém bem menos nobre. É o tipo de sofrimento encontrado em uma criança mimada quando lhe é negado algo em loja de brinquedo. Um sofrimento egoísta e irracional natural em crianças e execrável em adultos, que já passaram por processo de aculturamento.

Digo isso porque, quando em São Paulo, recebemos um telefonema da ex-sogra de meu namorado. "Hoje a encontrei no chão da cozinha, chorando com uma faca na mão", dizia. Pobre mãe - e não digo isso com sarcasmo. E meses depois, a garota do chão da cozinha tomara comprimidos. Recém-saída do hospital - após agradável lavagem estomacal, imagino - liga para a ex-cunhada, para que anunciasse o seguinte recado a meu namorado: "Tentei me matar mais uma vez por você".
Oras, matar-se não é difícil. Quem quer mesmo normalmente consegue.

Essa garota nos perseguiu durante mais de ano. Além das ameaças de suicídio, mandava SMS, ligava, mantinha contato com a família, mentia a terceiros dizendo que estavam reatando, and Ford knows what. E agora finalmente got a fuckin' life. Passar bem.

Ao meu redor, pessoas próximas passaram por coisas parecidas. Duas amigas também tiveram que encarar o enorme saco que é uma ex do atual psicoticamente buscar o Eterno Retorno. Sinal de que isso não é coisa incomum. Achei bizarríssimo, pois nunca havia visto na vida real. Aquela coisa Glenn em Atração Fatal, já dizia Dudu.

Recentemente uma pessoa que trabalhou onde eu hoje trabalho foi assassinada pelo ex-namorado. Muitos dos meus colegas-amigos a conheciam bem, e sofreram muito. Nem imagino a família da moça. O filho da puta a levou para jantar e insistir em voltarem. Ela disse não. Ele a levou para casa e, ali mesmo dentro do carro, em frente à quadra da moça, puxou um revólver de baixo do banco e atirou em sua cabeça. Não existem palavras para descrever a escrotidão do ato. Não irei nem tentar. Mas isso remete àquele sofrimento do qual falei antes, o tipo não-nobre. Aquele egoísta ao extremo, no qual a pessoa se vê como o único ser na face da terra (aquela coisa Vanilla Sky, já dizia Dudu), o único que tem algum direito de se expressar ou de ter sentimentos, e os outros que se fodam. Prefiro chamar isso de burrice.

Como viver em sociedade com essa filosofia imbecílica? Melhor não viver mesmo. Matem-se. Mas faça-o quieta e discretamente pra pelo menos disfarçar sua mediocridade, e não matem seu objeto de obsessão. Not everybody gives a shit about your petty causes.

"Minha conciência está limpa", disse Pol Pot.
______________

Aurélio:

egoísmo
[Do fr. égoïsme.]
Substantivo masculino.
1.Amor excessivo ao bem próprio, sem consideração aos interesses alheios.
2.Exclusivismo que faz o indivíduo referir tudo a si próprio (v. egocentrismo). [Antôn., nessas acepç.: altruísmo (1 e 2).]
3.Filáucia, orgulho, presunção.
4.Ét. Doutrina que considera como princípio explicativo dos preceitos morais, e como princípio diretor da conduta humana moral, o interesse individual.
5.Ét. Amor exclusivo e excessivo de si, implicado na subordinação do interesse de outrem ao seu próprio. [Cf., na acepç. 5, amor-próprio e, nas acepç. 4 e 5, abnegação (2) e altruísmo (3).]

19 julho 2008

Sobre as coisas sem função






Na época em que tirei essas fotos no Water Street Market Antique Barn, em New Paltz, estava obcecada com essas coisas velhas e meio sombrias, esses bibelôs cafonas de tempos passados. Isso aí faz parte de um projeto de um livro cujo tema era "Wonder". Wonder é muito subjetivo; pode ser tanto "maravilha" quanto pensar sobre coisas. I wondered a quem esses objetos pertenciam. Imagino o dia em que a pessoa passou por uma loja de bibelôs e escolheu um destes a dedo; "Esse aqui vai ficar lindo na penteadeira ao lado do meu pó de arroz".

Os americanos têm mania de coisas que não têm funcão. Tipo flamingos de jardim, ou papai noéis infláveis. Existem lojas imensas de departamentos de coisas inúteis, tipo "The Christmas Tree Shops". Dá pra encontrar tudo, desde bandeirinhas de quatro de julho até ímãs de geladeira especiais de páscoa. E eles compram mesmo. É uma christmas sweater pra cada ano. Não sei o que fazem com as coisas depois que acaba o feriado.

Me lembrei agora de uma vez em que estava na biblioteca pegando um livro no balcão logo antes do natal, e uma senhora orgulhosamente mostrava a todos um álbum de fotos de sua coleção de casinhas de natal. Ela tinha uma vila inteira. Era casinha de natal espalhada por toda sua residência. E dizia como recentemente havia comprado uma lindona, com frisos tais e tais. Casinhas de natal. Não sei como chamá-las. São miniaturas de casinhas decoradas externamente com ornamentos de natal - luzinhas, neve, etc. Pensei como era bizarra sua obsessão. E onde ela as guardava depois que acabava o natal? Na garagem, junto ao papai noel inflável e (juro que isso existe) ao caixão de halloween de jardim?

Isso é muito assustador. É verdade que os americanos se tornaram uma nação de consumistas desenfreados. Quando não tem mais o que comprar, se inventa o que comprar. É meio complicado, porque esses objetos, de certa forma, fazem parte de sua cultura. Assim como se tem o carnaval e carros alegóricos aqui e o día de los muertos com caveirinhas no México, se tem páscoa com coelhos de jardim de plástico tamanho família lá. Faz parte da estética do "folclore" local. Mas isso tá ajudando a foder com o mundo, desde a mão-de-obra escrava empregada, a exploração dos recursos, a poluição resultante na produção dessas coisas... inúteis. Vendidas às toneladas a cada ano num país de 280 milhões. Sem contar com o lixo que essas merdas produzem. Pra onde vai?

E agora a tendência de coisas inúteis é mundial. Como embalagens masturbatórias. Você, junto com outros milhares de brasileiros por hora, vai no Giraffa's e pede um hamburguer e uma coca. Você ganha de brinde um papel de bandeja, uma caixa de sanduíche, um copo de papel parafinado com tampa de plástico, um canudo envolto em papel e (meu preferido) guardanapos embalados um a um em plástico. Ah, sim, e mini-sachês de plástico com alumínio de ketchup. Quem recicla essas merdas? Ninguém. Aí vem um e diz, mas ei! É higiênico. Higiênico minha pica. A boca humana é imunda. Uma aluna minha disse que só perde em número de bactérias pra boca do dragão de Komodo, cuja mordida pode matar uma criança, mas não achei fontes.

Ah, seres humanos imbecis.

Férias


Yipee

12 julho 2008

Straight no Ch-ch-chaser

E agora uma pequena compilação de músicas com ch-ch-ch's:


Turn and face the strange


"I'll give ya something to live for; Have ya, grab ya till you're sore"


Take a cha-cha-cha-chance


Titia

Tem aquela dos Beastie Boys também, mas eu tenho preguiça de Beastie Boys desde '97.

Inútil

Hoje aprendi que o nome da banda da cafona "Walkin' on Sunshine" (UO-OU, '85) é, ironicamente, Katrina and the Waves.

11 julho 2008

Old Friends



Old friends, old friends,
Sat on their parkbench like bookends
A newspaper blown through the grass
Falls on the round toes
of the high shoes of the old friends

Old friends, winter companions, the old men
Lost in their overcoats, waiting for the sunset
The sounds of the city sifting through trees
Settle like dust on the shoulders of the old friends

Can you imagine us years from today,
Sharing a parkbench quietly
How terribly strange to be seventy

Old friends, memory brushes the same years,
Silently sharing the same fears

(Simon & Garfunkel)

10 julho 2008

Myoko

Os cílios clamaram, "Excuse mei!"


... e os dedinhos, "fug yu!"

Free Blog Counter