30 junho 2009

Bahia Shorts

Ô Bahia

Trilha: Na Baixa do Sapateiro

Não é à toa que fizeram tanta música sobre a Bahia. Bahia é bom demais. Voltei há 2 dias, mas parece uma eternidade. Porque aquilo é outro universo. Eu não estava neste mundo.

Abaixo, coisinhas memoráveis:

Enchentes e Hantavirose
Não havia. Nadica de nada. Obrigada.

Crab Killer
Lá fui eu, toda corajosa, comer um bicho no tal do Caranguejo do Sergipe. Na Bahia. Peço o caranguejo, uma cerveja e meia muqueca de camarão para esta lone ranger. Tenho memórias ótimas de caranguejo ali no Nosso Mar da Asa Norte, de quando era criança; adorava sorver a carninha branca e suculenta da pata do bicho. É claro que os adultos presentes martelavam-no por mim, e na minha cabeça, esse procedimento simplesmente não existia. Eis que o garçom me traz um crustáceo de olhos esbugalhados INTEIRO, e um pedaço de pau pra quebrar-lhe a carapaça. Pânico. Peço ao garçom que faça o serviço sujo por mim, mas o fidalgo recusa, alegando muito trabalho.

Respiro fundo e viro o bicho para que ele fique de costas para seu algoz - no caso, eu. Pinço uma patinha com meus dedos e junto coragem. Fecho bem os olhos e créc - arranco-lhe o pereópode. Os cabelinhos da minha nuca se arrepiam. Indago se caranguejo morre escaldado como lagosta. Ainda assim, pego o pedaço de pau e começo a esfaquear a parte amputada jazindo ali na tábua. O garçom corre a meu resgate e me mostra como faz; Ah, moço, então é na paulada. Obrigada, viu? Me jogo na carninha que o garçom produz. Ufa. Não pode ser assim tão difícil. Olha como o moço fez. Então eu mexo em alguma coisa dentro da pata, algo que puxa outro algo e faz a pata articular-se sozinha. Pronto.

Chamo o garçom, peço desculpas pela minha incompetência e peço que leve o cadáver embora. Tomo minha cerveja e logo chega minha muqueca. Deliciosa e stress-free.

Preguiça
Olha, é verdade que a Bahia dá preguiça. Tive preguiça de socializar. Sozinha ali no albergue com um monte de gringo em volta, aquele mesmo de-onde-cê-é-o-que-você-faz-cê-tá-gostando-da-bahia-já-foi-à-praia-tal me deu uma vontade de ficar só. E só fiquei. Na praia, eu, meu acarajé, minha cerveja, minha maresia, minha areia, meu tempo. Tudo meu.

Mainha
Meus olhos fechados, deitada ao sol, nirvana, barulhinho do mar. Eis que a mulher chega chegando na praia e diz,
"Ô GOSHTOSO! SURURU TÁ ARMADO, VIU MAINHA!"
Ok, normal. Mas eu ri muito. Ri tanto que tive que anotar pra não esquecer. Aliás, depois de um só dia na Bahia você se pega falando cantado. Ó paí, ó.

Trilha Sonora
Resolvi deixar o mp3 quietinho. Quis ouvir tudo que Salvador oferecesse aos ouvidos, por experiência mais holística. Isso fez com que minha cabeça se encarregasse da trilha. Engraçado como a trilha da cabeça é situacional. Todas as músicas que rolaram eram sobre a Bahia. Inclusive aquela acima - vale a pena ouvir essa versão da Elis, clique lá.

Xoxota
No sábado fui ao Pelourinho tirar umas fotos no fim da tarde. Encontrei, ali no Terreiro de Jesus, um mega palco e mega estruturas de show e talz. Festa junina com Alceu Valença mais tarde. Subi morro, desci morro, cliquei aos montes. Voltei pro Terreiro e vi as barraquinhas juninas. Um detalhe me chamou a atenção - além de cerveja, capeta, guaraná e caipirinha, estavam vendendo xoxota também. Se trata de uma mistureba louca de vodca com cachaça com what have you. Meda.

Vi uma super-mega quadrilha produçao Broadway, tomei sorvete ali no elevador e fui embora. Alceu que me perdoe, mas além de não curtir, estava exausta.

Independência da Bahia
O garçom, o cara do albergue, o Xauã (sim, fiquei amiga de um índio tupinambá/rípi), o mestre de roda, a bibinha do acarajé da Barra e sua assistente, a turminha adolescente da praia, o gerente do restaurante - todos ficaram super sentidos porque eu ia embora no domingo... e ia perder o grande show de Claudinha Leitttte no dia 2. Ô dó.

Turistona
Não adianta tentar disfarçar. Todo mundo saca que tu é turista, seja pelo sotaque, pela falta de artimanhas (oi, caranguejo?) ou pelas pernas branquelas. E logo vem o povo te vendendo coisa a preço especial - especial maior, claro. O engraçado é que pra quem mora em Brasília, o preço especial ainda é menor do que o preço normal das coisas aqui. Um acarajé a R$3.50 pra mim tá lindo, em comparação com o de R$5 daqui da Torre. E a Skol 473ml a três contos? Opa, manda aí.

Douglas arrasando na capoeira
Upa Neguinho
Fiz uns amigos: o Junior, o Jefferson e o Douglas. Os moleques jogando capoeira na praia. Tirei umas fotos e logo eles vieram fazer um show de acrobacias só pra mim. Xuxuzinhos. Burst feature on na câmera. Depois o Jefferson veio me mostrar um siri que ele havia capturado. O siri veio pra cima de mim e tentou entrar na minha bolsa.

Aventuras Paladares
Comprei um acarajé da mãe do Junior, e foi o melhor dos 324 anteriores. Também experimentei o abará, que é acarajé cozido na folha de bananeira. Me lembrou pamonha. Ford do céu, porque é que tudo que é frito é melhor?

No aeroporto comi um sanduíche no Subway que tinha gosto de absolutamente nada. O paladar fica alterado depois de tanta pimenta e dendê. Alguém me acompanha aí num acarajé de R$5 sabadão na Torre?


Sim, foi uma viagem maravilhosa. Curta, porém fun fun fun. Relaxei bastante, experimentei bastante, vi muita coisa e ainda fiquei da cô do pé-cado. Dá vontade de voltar o mais rápido possível. E mais uma vez pude comprovar que vale a pena viajar sozinha. A-d-o-r-o.

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Update - Julho
Fui no tal do Acarajé da Rosa ali da 211 norte. Uma bela porcaria. Pra que chamar o lugar de ACARAJÉ da Rosa se o acarajé mesmo nao presta? A cerveja tava boa (mas nao foi a Rosa que fez, nhé?). Muda o nome pra Boteco da Rosa. Ainda custou 7 pilas. Pra se ter uma idéia, o vatapá era meio amarronzado, e veio com aquela pele da superfície quando o treco fica quieto muito tempo, sabe? Isso é só o começo. Nao vou nem entrar no detalhe dos solitários 5 camaroes ou do bolinho murcho... aham.

Eu penso assim: se o lugar tá oferecendo uma coisa pra voce comprar, e ainda tá cobrando caro, o que custa fazer uma coisa bem feita? Qual a diferenca entre fazer bem e fazer mal? Tem que fazer mesmo assim! Entao faz direito. Faz merecer meus sete contos, porra.

Domingo passado fui no acarajé da Mainha lá da torre. Que diferença! Esse sim é do bom. Valeu a pena pagar R$6 pelo coiso. Bem feito, bem temperado, bem servido, fresquinho. Yum.

13 junho 2009

Dia dos Namorados


Bunchie

Encontro-me sozinha neste dia dos namorados e I don't give a shit. Spent some with, spent some without; também já tive brigas hercúleas com o significant other da época na data. É o grande problema da expectativa. Quando você é ainda meio adolescente e conta os dias, o dia chega e é meio decepcionante. Fica a experiência. Tipo aniversário. Mas no fim das contas é só mais um dia e ele passa. Prefiro Ano Novo.

Mas pra entrar no clima de romance (de ontem), hoje irei falar sobre três aquisições recentes clássicas de quem se ama para quem se ama: Sapato, Vibrador e Edredom. Aliás, a pessoa que inventou a palavra "edredom" deveria ser posta para ajoelhar em tampinha de garrafa.


1. O Sapato

É o par mais lindo de todos os tempos. Ok, já faz tipo um mês que comprei, mas é incrível como o efeito de adoração semi-religiosa ainda não passou. Foda.
Tenho dó de usar. Deixei para dias especiais, tipo quando acordo de bom humor. O pé precisa ser devidamente preparado antes de calçá-lo, com bandaids em pontos estratégicos, como a segunda micro-falange do dedo ao lado do mindinho do pé direito, que é levemente maior que o esquerdo. Nada que dê pra notar.


2. O Vibrador

É divertido. Porém, é meio barulhento na calada da noite aqui na roça. Na casa de La Madre. Vai que La Madre passa na porta de meu quarto, ouve o vrrrrrrr e pensa que estou sendo atacada por um enxame de abelhas africanas, abre a porta e dá de cara com... well. Pule para o próximo merry maker:


3. O Edredom

É fofo, gigante, quentinho, macio, gordo e azul. Ele me traz conforto. Ele me aquece o corpo e o coração. Me envolve em suas dobras. I'm walkin' on sunshine.


Conclusão

O Sapato é lindo, mas fere e nem sempre está disponível; O Vibe é ótimo mas é perigoso. No fim do dia, prefiro dormir com O Edredom. Ele me ama de volta.

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Para ler ouvindo Golden Slumbers dos Bítous. Ou I Touch Myself, do Divinyls.

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