29 junho 2008

26 junho 2008

Poesia Concreta



"Poesia Concreta" na verdade é uma piada interna. Pergunte a Guilérm de Góes, seu expoente mais significante.

25 junho 2008

Catch 22 - É guaraná na balada



Em outras palavras, no mato sem cachorro.

Temos agora uma lei que dá às autoridades o poder de multar em quase mil reais e cassar a carteira do cidadão que estiver dirigindo com uma quantidade mínima de álcool no bafo. Nem uma cervejinha pode mais. Nem um bombom de licor.
Eles estão espalhando extra blitzkrieg bops pela cidade para enforçar a lei.
Cerrto. Acho ótimo prezar pela segurança do cidadão. É verdade que o motorista brasileiro enche a lata e sai dirigindo por aí, matando a si e aleijando o transeunte despreparado. Tem que enforçar a lei mesmo. Mas peraí... nem uma gotinha de álcool?Vou falar de Brasília porque é onde moro. Já tem a lei dos bares terem que fechar à uma da manhã. Agora não se pode mais beber nada na rua se for dirigir. Eles estão querendo acabar com a diversão do povo, 1984 style. Se ao menos existissem ônibus que passassem na mesma hora que o bar fecha, nhé?
A real: Táxi em Brasília é dos mais caros do país. Transporte público, uma piada. As distâncias em Brasília são enormes e indesbraváveis à pé, especialmente na matina. Tente andar do Beirute, seja o da asa sul ou da norte, até sua casa. Ou do Landscape, HA! Ou mesmo do Conic, mais central... e mais peligroso.
Amigo da vez? Quem é o santo mártir que topa assistir - e aguentar - um monte de bêbado xarope te agarrando e dizendo que te ama - enquanto sóbrio - e depois ainda levar todos pra casa, de uma a uma, em uma cidade como Brasília? Ora, em uma só mesa encontramos migrantes do Lago Sul, da Asa Sul, da Asa Norte, Octogonal, Guará, Sobradinho, Lago Norte... e condomínios. Quem mora em Bsb sabe o que significa condomínios.
Vamos então beber em casa, hã? Convide seus amigos, prepare o pôquer, o doritos, as margueritas e os sacos de dormir. Festa do pijama aos trinta. Utopia. Não conheço uma pessoa de trinta que topa dormir no chão da casa de amigo enquanto sua cama, sua própria cama quentinha e fofa o espera a apenas 3 km. Isso quando não se tem demoniozinhos (a.k.a. crianças) em casa esperando você servir o froot loops na mesa do café da manhã. Sejamos realistas: previna-se do fiasco, cancele a festinha.
Ok, então fiquemos em casa, sem amigos desta vez. Vamos beber na solitude. Ou com a vovó, assistindo novela. Tornemo-nos alcólatras solitários, atiradores de copo de uísque na parede.
A outra alternativa é parar de beber. Talvez seja este o objetivo das autoridades. Foda-se o lobby da indústria do álcool, quem é que precisa deles? Retire o vinho das missas, proíba o bombom de licor. O povo já tem circo o bastante, né? Novela da globo, futebol sem fim, mulher pelada, carnaval.
Em Nova Iorque, o limite do bafômetro é .08. Ponto-zero-oito porcento de álcool é o limite. As viaturas esperam no acostamento, à espreita, de faróis desligados. Passa um rolando torto, é sirene e cola na traseira. O cidadão para, o policial começa seus procedimentos. Passou de .08, algema e cadeia por uma noite. Tribunal, carteira retida, multa de 380 dólares na hora e mais 250 por ano pelos próximos 3. E depois tem que ir lá assistir a palestras deprimentes com vítima sem perna de motorista bêbado. E você ainda ganha um lápis (STOP DWI: Life Is A Celebration - Be There!).
Não estou dizendo que o cidadão tem mesmo é que sair bebendo e atropelando. Muito ao contrário. Fazer isso é um crime e uma violação brutal do respeito a si mesmo e a todos os coleguinhas da comunidade. Tem que haver consciência. Mas isso é uma coisa que o povo absolutamente não tem mesmo, então tem que botar policial pra "conscientizar". Enforcem a lei, sim! Prendam os filhos da puta que atropelam vovós e criancinhas na calçada. Os playboys imbecílicos que praticam racha na madrugada. Os doidões vesgos de tanto beber. Mas permitam pelo menos a clássica cervejinha pós-expediente. Só uma, pô. Mantenham o limite antigo e ENFORCEM-NO. O problema é que veio tudo de uma vez. Antigamente havia um limite, mas não havia enforço. Agora não tem limite e tem enforço. Tá tudo errado.

Quero só ver prenderem a vovó depois do "sangue de Jizuis" da missa....

Agradecimentos a Nana pelas ideias

24 junho 2008

Andar em Brasília

Esta cidade não foi feita pra pedestres.

23 junho 2008

The Basement House



Nós bebíamos, ríamos, conversávamos, jogávamos Wii e desenhávamos. Lá fora nevava horrores. A casa do sótão era o melhor refúgio daquele inverno, sempre tinha cerveja e diversão. Michelle era platonicamente apaixonada por Fil, eles dividiam a casa. Passei uma semana dormindo na cama da Michelle, gentilmente cedida enquanto ela dormia no sofá. O quarto dela, repleto de minhas caixas de mudança, tinha cheirinho de Mattias, o furão. Comíamos miojo e bebíamos chá de morango. A universidade era do outro lado da rua, íamos juntas de manhã no frio de arder, conversando sobre nossas paixões, ambições e matérias. Eu estava fazendo uma sobre a história do jazz, junto com um monte de calouro leigo. Ninguém tinha ouvido falar de Duke Ellington, ou sobre o Cotton Club.
À noite, casa do porão. O teto era baixo, e os espíritos, altos. Às vezes o francês Thomas, dono de coração partido por americana que o trouxe e o deixou, vinha e nos arrastava para um boteco que agora esqueci o nome. Era tortura andar até lá sob menos vinte Celsius, mas o calorzinho de um pitcher de Blue Moon fazia valer.
Faltava menos de uma semana para o meu vôo de volta para o Brasil. Era um clima de expectativa alegre misturado com melancolia. Toda vez que alguém começava a ficar blue, logo vinha outro e fazia uma piada, e aí estava tudo bem.

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