10 outubro 2009

Distorção

Hoje vi as unhas lindas da minha colega, "Bicha, que esmalte é esse?!"

O nome do esmalte é Inveja Boa.

Já é velho o assunto da cafonice de nome de esmalte: Obsessão, Sedução, Show. Mas Inveja Boa é de matar. Desde quando isso existe? Inveja boa é tão coerente quanto psicopatia positiva. Ou desonestidade bacana. Por aí.

Allie's new roommate is about to borrow a few things. Her clothes. Her boyfriend. Her life.


A primeira vez que vi essa onda de "inveja boa" foi lá no comecinho dos anos 2000. Um pagespread da academia Reebok numa revista Trip ou TPM com a Daniela Ciccareli (?) dizendo, "Sabe aquela invejinha boa? Então. Venha para a academia Reebok", ou qualquer asneira do tipo. Aquilo meio que ficou na minha cabeça. A distorção de valores. Uma publicidade apelativa aos sentimentos mais primitivos e indignos. Algo que explora de forma cruel não só o universal desejo de aceitação, mas também a vontade de um extremo disso: provocar inveja. Pusta pequenez de espírito, e pusta mau gosto. Poxa, a Reebok com certeza tem cacife pra contratar uma agência que oferecesse algo mais inteligente, non?

Vai que o público-alvo é piriguete daquelas que põe no orkut meu suçeçu te encomoda.

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A cor do esmalte é realmente lindona, e parece um pouco com o Glamour Pink da Colorama.

Rock on

Aqui algumas fotos do segundo dia do Porão, com 87 anos de atraso. Nem sei mais o que escrever.

Tem só uma de cada porque eu sou contra tietagem. Acho brega. Rápido, esconde aquela foto do Courtney Taylor-Taylor e eu.

A segunda noite foi uma grande homenagem ao Rock brasiliense, com uma bela surpresa sobre a qual escreverei daqui a pouco.

O Paralamas fez um show lindíssimo com todas as boas e velhas e, como esperado, uma farofinha ou outra. No entanto, no geral, agitou bastante a galera. Eu, inclusive, balancei meu traseiro amarradona em Alagados, Óculos, e outros clássicos belamente executados pelos moços sérios. Sim, eles são muito sérios. Não vi um sorrisinho sequer durante todo o show.


A surpresa: Legião Urbana. Tipo the real thing. Tipo show histórico em plena Esplanada dos Ministérios, com Que País é Esse? e tudo mais. Muito bunirtim. Eu acho Legião uma banda ok. Não sou e nunca fui mega fã, mas tem umas musiquinhas bacaninhas de ouvir. Na rádio. Involuntariamente. Anyway, eu achei histórico. Eles têm seu valor na história do Rock. Achei legal e nobre colocarem vocalistas diferentes pra cantar cada música. O querido Gonza do Móveis tava mesmo um chuchu dando seus clássicos pulinhos empolgantes. Adoro. Porém, mais uma vez, músicos sérios. Dado Villa-Lobos, namely. O que há com esses músicos daquela geração? Será que é pra dar uma de cool (cara de cu é cool?) ou será que a vida não tem os tratado muito bem? Poxa, earning a living from making music is supposed to be awesome. Conheci vários faxineiros mais sorridentes que esses moços.

Momento vergonhinha alheia: durante o show, o cameraperson - desculpa, cara, você não mandou bem, e não foi só por isto - cismou em achar rostos de adolescentes espinhentos em prantos na multidão e filmá-los por vários minutos seguidos enquanto a imagem embaraçosa aparecia no telão pra 30 mil pessoas verem. Vários minutos torturantes. A banda tocando Pais e Filhos e o rosto da  pessoa abrindo a boca (é preciso ama-aar...) em lágrimas gigante na minha cara. Foi meio foda. Meio Faustão.

Nem me lembro mais quem mais tocou naquela noite, e também nem dei as caras no Pílulas por conta de uma preguiça de thrash metal combinada com uma ressaca monstruosa da noite anterior.

O Little Quail fez um show excelente e muitíssimo divertido. They still got Mojo. Eles brincaram bastante com a platéia, formada em grande parte por velhos de guerra da época do Garagem. Uma coisa bem família; aqueles rostos clássicos da noite de Brasília, aquelas pessoas pra quem você nunca liga mas conhece desde 1994. Cheirinho de nostalgia Estação 109. Pra quem entende.

 

 Esse baterista acima, o tal do Bacalhau, é frenético. Não deu nem pra tirar uma foto decente. E, sim, são cuecas mesmo que o Zé Ovo tá usando. Puro charme e çençualidade.

Fomos embora depois do Little Quail, mas depois li no Blog do Porão que o show do Móveis foi uma coisa "Heróis da Resistência", com chuva, horas de atraso, falta de luz e show acústico e, por fim, o derrubamento da cerca que separava VIPs e plebe. Demais. Down with the wall!!

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