24 agosto 2008

Polos

Como pode paixão se transformar em ira tão fácil e rapidamente?
E depois de volta?

A Sara vai se casar!!!!!


E não é com o vidro de azeitona.

23 agosto 2008

Same old, same old.

Não, não tenho fotos novas. Não as tiro há séculos. Uma pena. Mas isso vai mudar. Juro.

Enquanto isso, vou colocando aqui antigas, que nem minhas são. Aliás, só duas; das avós. Tenho duas avós e elas são as melhores.

Uma vez fiz um livro. Era pra uma matéria muito bacana, chamada "Photo Books & Instalations". O livro é sobre a minha família. Selecionei as fotos, fiz o texto, desenhei o layout das páginas, as imprimi, colei e prensei as capas, e no fim costurei tudo junto.

Estes são alguns dos meus page spreads preferidos:










Toda família que se preza tem umas estórias cabeludas sobre as quais ninguém comenta, pra que elas caiam no esquecimento ou no desconhecimento das gerações mais recentes. Pouco antes de montar esse livro, tinha feito uma pesquisa pra montar minha árvore genealógica, e conversei bastante com minhas avós e tios. Tomei conhecimento de cada baixaria que cruz credo. Mas tenho certeza que ninguém levantaria uma sobrancelha. Todo mundo tem suas baixarias na família.

Foi como um mergulho na história da família. Fiquei submersa durante alguns meses. Me abalei bastante com algumas coisas, outras me deram vontade de rir. Foi uma experiência bem diferente. Com o tempo, fui perdendo o interesse, e as estórias foram se esgotando, mas acho importante saber delas; acho bacana ter estórias das gerações passadas pra contar pros meus sobrinhos. Se é que terei algum.

Sei lá porque atribuo esse valor à história da família. Deve ser nostalgia de taurino. Pra que serve saber das estórias? Não basta a árvore genealógica, cheia de nomes de pessoas distantes com quem nunca irei topar? De repente é isso mesmo. De repente as estórias trazem os distantes mais perto e dão a eles rosto. Tipo, essa é a tia-avó de quem falavam mal por ser mãe solteira; essa é a prima-avó que morreu de tanto apanhar do marido. E aí eu penso, porra, como eu tenho sorte, como a sociedade está mudando, como conquistamos liberdades antes nunca vistas por mulheres há pouco tempo atrás. E como a medicina avançou. Duvido que crianças ainda morram de "tosse comprida". Naquela época, os bichinhos morriam com qualquer coisa. Minha bisa teve 11 filhos, dos quais 4 morreram bebês ou ainda muito jovens. Dá pra imaginar uma coisa dessa?!

Às vezes dá vergonha, mas às vezes dá orgulhinho. Minha vó Tchá, por exemplo, aquariana que só, mudou-se pra São Paulo sozinha e tingiu o cabelo de loiro. Foi um escândalo na cidadezinha rural. A moça assanhada dos Fáifer (é, abrasileiraram o nome no cartório). Depois a mãe dela, alemã assustadora (vide foto acima, entre duas Cecílias) foi lá pra capital e a arrastou pelas orelhas de volta. O que é que a Tchá fez? Voltou pra São Paulo. hehehe.

No outro lado da família, temos Pagu, Patrícia Galvão, prima da minha Vó Santa. Comunista, feminista, descolada, antropofágica. Um arraso.

Bateu uma saudade. Acho que vou ligar pras vós.

22 agosto 2008

O que eu mais odeio sobre andar de zebrinha são as bundas esfregando na minha cara.

"Do women have to be naked to get into the Met. Museum?"

Guerrilla Girls, 1989

Pense em todos os artistas que você conhece ou já ouviu falar. Peraí, calma! Alexandre Frota não é artista. Nem Carla Perez. Tô falando de artista de arte, como em pintura, desenho, escultura, gravura...

Pensa aí.

Pensou? Agora responda: quantos nomes de mulher vieram à sua mente?

Pois é, sacanagem. O mundo das artes é dominado pelos homens. E quando a gente pensa em artista mulher, sempre pensamos nas modernas ou contemporâneas: a Yoko, as Lígias do Brasil, a doida da Tracy Emin, a Tarsila, a Frida Foda, Georgia O'Keeffe. Ninguém se lembra das velhas de guerra. Quando a gente pensa na arte da idade média e na da renascença, todo mundo lembra do Michelangelo, do Donatelo, do Rafael, do Leonardo... todos os tartarugas ninjas. Sáporquê? Porque a gente nem nunca ouve falar nas mulheres. Ninguém nos ensina, ninguém nos mostra. Abra um livro de história da arte. Quantas mulheres? Heinnn?? Humpf. Só no canvas.

Vão pesquisar. Eu tô. Preciso aprender mais! A Mary Cassatt é a pintora mais antiga que conheço, e era impressionista - não faz tanto tempo assim. E pior que tinha um monte de mulher que em vez de estar lá depenando galinha no estrume do feudo, tava pintando. Ou fazendo escultura. Ou gravura. E não tem nenhum nome que venha à cabeça. Em 4 anos de artes plásticas e belas artes, não aprendi nenhum.

Era justamente essa a causa das notórias Guerrilla Girls. Elas vestiam máscaras de gorila e faziam pôsteres incríveis nos anos 80 como intervenção/protesto contra a ausência de figuras femininas no mundo acadêmico das artes e na galeria. Depois de um tempo, suas manifestações foram adotadas pelas grandes galerias como arte, e aí rolou um paradoxo: como elas poderiam continuar suas intervenções contra uma coisa que elas mesmas derrubaram? Acabou. A instituição matou a arte no ato do resgate. Houve um grande conflito interno entre as GGs. Algumas pensaram, ótimo, conseguimos. Outras pensaram, não vou me vender a esses demagogos. Umas novas ressucitaram o grupo, mas as originais debandaram.

Pelo menos o mundo da fotografia foi mais justo. Desde os primórdios de sua existência - que convenhamos, não faz tanto tempo assim, a fotografia foi inventada em 1827 - sempre houve reconhecimento do trabalho das fodonas. Inclusive os cianótipos da Anna Atkins foram fundamentais no desenvolvimento da invenção.

Julia Margaret Cameron, Gertrude Kasebier, e Myra Albert Wiggins são todas pré-século 20. A velhinha da foto ao lado (por Judy Dater, 1974) é a Imogen Cunningham, fodona do pictorialismo (final do século 19 até 1914). Essa é uma das minhas imagens preferidas de todos os tempos. Outras mulheres que arrasaram (ou ainda arrasam) na fotografia são: Berenice Abbott, com suas fotos arquitetônicas de NY; Margaret Bourke-White, capa da Life no. 1, levou uma vida digna de heroína de HQ; Dorothea Lange, tirou a icônica foto da migrante com seus filhos e fez um trabalho incrível com a FSA; Helen Levitt, fez trabalhos beirando o surrealismo com crianças assustadoras; Cindy Sherman, Lauren Greenfield, Annie Leibovitz, Diane Arbus, Tina Modotti, e outras, e ainda outras menos famosas. Muitas outras. Tem muita fotógrafa foda por aí.

As mulheres artistas merecem reconhecimento. Seria bacana resgatar o trabalho e valor das artistas que viveram em uma época infeliz pra elas. Hoje ainda não tá ideal - no mundo do cinema, por exemplo, ainda tem homem demais pra mulher de menos na cadeira do diretor - mas tá quase. Quase.

06 agosto 2008

Refresh Routine


Acabou a moleza. Bora trabaiá, mulé!

Mulheres mestruadas deveriam poder tirar licença de pelo menos 2 dias.

Polka











Free Blog Counter